sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Black Metal e Preconceito

Oi, oi, oi, oi, oi! Como estão vocês? Eu estou ansiosa para começar a categoria de música aqui no blog, lembram do post que escrevi sobre meu comportamento? Pois é. Agora ele vai entrar em ação. Como estou querendo abordar sobre metal, queria iniciar abrindo uma exceção do meu dia para falar ma sobre o Black Metal, uma subgênero famoso, que é amado e, ao mesmo tempo extremamente odiado pelas suas opiniões extremistas e com um algumas ideologias que vão contra à opinião da sociedade como um todo. Então senta (deita) que lá vem história!

Dentro do metal considerado extremo, ouço mais o death metal ♥ que é minha paixão, mas ouço algumas bandas consideradas black metal como Inquisition, SarcófagoFinntroll e sinceramente não consigo enxergar nada demais em suas letras satânicas a não ser querer chamar atenção pela peculiaridade dos assuntos que são abordados por eles.

Então isso me fez pensar o porquê que as pessoas (até os próprios headbangers) tem tanto repúdio ao black metal, sendo que praticamente 70% das bandas de metal (todas as vertentes) possuem apologia - mesmo que leve, ao satanismo - ao obscuro e a coisas fora do senso comum. Isso não te soa um pouco contraditório? Vai me dizer que a donzela de ferro falando do 666 e isso é super normal para a sociedade né... '-'

Eu acredito que muita gente acha esse subgênero do metal confuso porque, por ser um estilo que se baseia em muitos fatores extremamente históricos, alguns destes fatores são até compreensíveis e outros são estupidamente irracionais a gente passa a tomar ódio do que a gente conhece apenas pela má fama, porque é simplesmente mais fácil xingar do que dar uma chance e tentar conhecê-lo a fundo.

E não, não estou dizendo que tudo, tudo, tudo que o black metal aborda é super legal, até porque há subgêneros ridículos nazistas, machistas e bem... caras imbecis pra caralho (falta de louça pra lavar), mas enfim, não quero enfatizar isso aqui, o objetivo deste post não é esse, isso eu deixo pro Whiplash fazer ou o Rock Wins. .-.

Venom, a "criadora" do black metal
Ou seja, quero mostrar aqui que o Black Metal, apesar de ser um subgênero cheio de pontos negativos, nem tudo a gente deve levar como ruim, porque nem tudo do black metal é irracional e que, mesmo não parecendo, há sim um objetivo por trás de suas músicas e é isso que eu vou tentar explicar aqui.
Lembrando que: eu não sou especialista e errar é humano... e não conheço tuudo sobre, é apenas o que sei de fontes confiáveis e é isso que escrevo aqui. Não gostou? Aquele abraço... :*
Lembra que eu falei da história? Então, você se lembra da Idade Média? Agora me permitam viajar agora em vários períodos da história ao mesmo tempo, porque não é só ela (a Idade Média) que explica todo o conceito por si só. Na Idade Média, quem tomava conta da vida das pessoas era a Igreja Católica, tudo que você faz, pensa ou vê tinha uma influência da Igreja, tanto que muito da arte, litetatura e arquitetura da época, sempre remete ao cristianismo. Resumindo: tudo era cristianismo ou morte. As pessoas não tinham o direito de ter seus costumes, se apegar a suas próprias crenças, de pensar por si próprio sem que a igreja entrasse no meio.  Que mundo é esse, gente?

Não sei a fonte '-'
Isso pode ser exemplificado com os judeus, que eram queimados vivos na fogueira (essa história todo mundo sabe) porque se vestiam de roupas escuras e tinham o nariz relativamente grande, fazendo com que o clero forçasse aos seus fiéis a acreditarem que judeus eram bruxos e que eram contra o cristianismo, que eles iriam amaldiçoar a população... etc. As mulheres que praticavam rituais que envolviam "magia" (a Antiga Religião, ou a "Wicca antiga") eram queimadas também... Mulheres que tinham independência financeira também eram queimadas... Enfim, muito da Antiga Religião também se perdeu no tempo por conta das influências cristãs, e isso não foi diferente para os nórdicos também.

Pe. Antônio Vieira (jesuíta) e Índios Tupis
Além disso, aqui no Brasil e na África também aconteceu isso. Indígenas e africanos tiveram foram obrigados a se converterem por conta dos jesuítas, que colocaram certa pressão psicológica e os fizeram engolir não só a sua religião, mas seus costumes, como vestir roupas, "abandonar" sua língua nativa (zulu, tupi, yorubá) e falar português, e além disso foram escravizados pelos próprios lusitanos (principalmente os negros, pois os jesuítas "inocentaram" os índios por convencer a coroa portuguesa de que eles eram mais "dóceis" do que os negros).

E é aí que tá a resposta para tanto ódio da igreja católica, que é vindo principalmente pelos nórdicos, com mais ênfase ainda pela Noruega, (considerado o berço do black metal, nos anos 90). Eles queimaram grande parte do conteúdo religioso destes povos e converteram os vikings em "católicos" pela força, porque senão eles morreriam.

Pensa na situação: imagina você, agora, em casa, na boa lendo esse texto, com sua família feliz e seus filhos brincando na frente de sua casa quando de repente chega um batalhão de malucos religiosos, invade a sua casa e obriga você e a seus familiares que se convertam em cristãos, porque senão vocês vão ser mortos e dane-se o que você pensa. '-'

Imagem idealizada dos vikings >> Fonte <<
Tipo isso. Imagina você ter que abandonar tudo que acredita, tudo que sempre amou para se submeter a uma religião que lutava para ter fiéis a todo custo, ter que enterrar a sete palmos a sua própria história e tradição, para ter que adorar a tradição alheia... Pensou? Pois é, é daí que sai todo esse ódio e repúdio ao que vem do cristianismo, as bandas de black metal fazem músicas extremas com piadas e sátiras sobre o cristianismo, como uma forma de mostrar que nem tudo está perdido, ou seja, ainda há gente que luta para manter a sua própria cultura em pé sem influências de outras religiões. Isso acontece na África também, e claro que não é black metal, mas são músicas típicas da cultura africana que não chegam a ser satânicas mas pregam ao anticristianismo.

Mas como nem tudo é flores, há pessoas que  que nunca estão satisfeitas em chamar atenção (como se o black metal, por si próprio já não faz isso) enfiam o nazismo e racismo além de temas relacionados ao apoio à ditadura em suas "músicas" (se é que isso pode ser chamado de música) e, bem, eu nem vou citar aqui as bandas para não oferecer publicidade grátis, não convém. E daí o black metal ganhou a visão ridícula que tem nos dias de hoje.

Enfim, não irei abordar aqui a história de como o metal começou a selecionar alguns álbuns de metal como black metal (caso do Venom, por exemplo) porque se eu colocar isso neste post, ele vai ficar grande demais... Portanto, sugiro o texto do Rocknauta, esse texto explica perfeitamente a origem do black metal e suas diferenças com o heavy metal.

Algumas vertentes de black metal (além do old school):

Black Metal Nacional Socialista ou (NSBM) - prega o racismo e ideais de extrema direita (apesar de se considerarem de esquerda, vai entender as ideia), tipo o apoio a ditadura, por exemplo. É comum muitas das bandas que pertencem a essa vertente se converterem e depois e passa a acreditar em Deus. Então tá né.  '-'

Black Metal Sinfônico - Possuem a agressividade e os ideais satânicos do black metal como base, porém com uma pitada de instrumentos clássicos de orquestra.

Viking Black Metal - Temas ligados à mitologia nórdica, aos vikings e aos bárbaros, à natureza como um todo. Bathory é um exemplo clássico de Viking Metal, apesar de ter começado como black metal old school.

Blackened Death Metal - Sonoridade de death metal com temas bem ligados ao black metal, se é que vocês me entendem. Sarcófago é uma banda do gênero que representa muito.

Black Metal Melódico - uma vertente contraditória ao meu ver, tipo assim: como dá pra ser agressivo e melódico ao mesmo tempo? Mas ok né. É um estilo que se autodenomina, não sei exemplificar isso aqui.

Há também o Depressive Suicide Black Metal, que é auto-explicativo e o RABM ou Red Anarchist Black Metal, que é um black metal anarquista/esquerdista (pra mim é o verdadeiro black metal, se for considerar sua história). Inclusive pretendo fazer um post sobre o assunto e deixarei aqui para quem se interessar, deixarei os links neste post.

Enfim, acho que deu para perceber que o black metal tem seus lados ruins, mas mesmo assim há um lado deste subgênero que, acredito eu é importante ser lembrado, não pelo satanismo em si, até porque não sou satanista, mas pela bagagem histórica que muitas das bandas utilizam em suas músicas para usar a apologia ao anticristianismo.

E mais: eu sou agnóstica, além de "acompanhar" a alguns ensinamentos da bruxaria verde, mas mesmo assim respeito a crença de todos, independente da qual seja e desde que não infira na minha liberdade de escolha.

Beijos!

Atualização 02/05 - Gente, leiam este post da linda da Ariel do blog Inexplicited sobre o satanismo para quem tem dúvidas a cerca do conceito. Acho que complementa bastante este post.